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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Lula da Silva acredita que o Governo vai vencer os traficantes do Rio de Janeiro

Enquanto não chega a polícia pacificadora, a tropa vai manter-se no Complexo do Alemão. Favelas do Vidigal e da Rocinha, para onde fugiram os traficantes, são os próximos alvos

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu ir ao Rio de Janeiro visitar o Complexo do Alemão, tomado pelas forças de segurança aos narcotraficantes no domingo, numa das maiores operações policiais urbanas após uma semana de ataques indiscriminados por diversos pontos da cidade que semearam a destruição, o caos e o medo por toda a zona habitacional. Mais de 50 pessoas morreram, na sua grande maioira elementos do narcotráfico.

"Nós demos o primeiro passo, entrámos no Complexo do Alemão", disse ontem Lula da Silva, no seu programa semanal Café com o Presidente, durante o qual elogiou a actuação da polícia e do Exército e prometeu mais meios para erradicar o negócio da droga. "O que o Rio de Janeiro precisar para que a gente acabe com o narcotráfico, o governo federal está disposto a colaborar", garantiu. "Nós venceremos essa guerra", frisou.

Ontem, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, anunciou que o Exército vai manter-se nas favelas do Complexo do Alemão e da vizinha Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte da cidade, até ser possível instalar as duas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) que já estavam previstas para 2011 - o que poderá acontecer num prazo de seis a sete meses.

Sérgio Cabral adiantou também que os próximos alvos serão as favelas do Vidigal e da Rocinha, as maiores do Rio de Janeiro e onde se supõe se concentrem agora os gangsdo narcotráfico. O governador escusou-se, contudo, a avançar quaisquer detalhes sobre as intervenções futuras.

Como explicou o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, nos próximos meses as Forças Armadas serão responsáveis pelo policiamento das 14 favelas que formam o Complexo do Alemão. 

"E se se chegou no Alemão, também vamos chegar no Vidigal e na Rocinha", antecipou Beltrame. "O Alemão era o coração do mal e um lugar emblemático para todo o Rio, onde tínhamos uma convergência de marginais armados", observou, considerando a megaoperação de domingo "uma vitória" para a polícia e "uma perda de moral para os marginais".

Ontem, os homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) estavam a varrer as favelas do Complexo do Alemão a pente-fino, em busca de traficantes escondidos e de drogas e armamento deixados para trás pelos suspeitos em fuga. 

Os moradores, que no domingo aplaudiram a "invasão" da polícia, estavam a colaborar com as autoridades, apontando vários dos locais usados pelos traficantes. Foram apreendidos 73 quilos de cocaína pura debaixo de lixo, num lugar conhecido como Coqueiral. Num outro lugar, chamado Zona do Medo, na Fazendinha, estavam seis armas automáticas e uma semiautomática, cinco granadas e bombas de fabrico caseiro escondidas sob folhas de bananeira. A quantidade de cannabis que já está na posse da polícia chega às 40 toneladas.

Apesar dos elogios ao trabalho das autoridades, alguns residentes reclamaram da abordagem da polícia. "Eu tenho que dar os parabéns [à polícia] por este trabalho, mas não precisava de ser deste jeito", comentava ao jornal Folha de S. Paulo um morador de 50 anos, depois de ver a sua casa completamente revirada. Mensagens na rede social Twitter apontavam para violência policial, denunciando casos de agressões físicas e verbais dos polícias e tropas - que os comandos se apressaram a desmentir.

Hoje, Sérgio Cabral vai reunir-se com a Presidente eleita, Dilma Rousseff, que já garantiu o total apoio do seu futuro Governo às iniciativas de segurança e combate ao narcotráfico no Rio de Janeiro. Mas a reposição da soberania do Estado nas favelas não garante o sucesso da política de segurança no Rio, avisam vários especialistas. Outras operações bem sucedidas no passado tornaram-se irrelevantes a médio e longo prazo.


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