Militares vão manter-se no Complexo do Alemão até Outubro de 2011
A polícia do Rio de Janeiro encontrou um túnel de 400 metros que terá sido usado por traficantes para fugirem do Complexo do Alemão, para além de armas e de droga que tinha sido colocada em camiões do lixo.
O túnel encontrado terá sido usado para a fuga de traficantes de droga do conjunto de favelas designado por Complexo do Alemão, que no domingo foi tomado de assalto por uma força de cerca de 2600 militares e polícias apoiados por viaturas blindadas e helicópteros. Desde que começou esta onda de violência no Rio de Janeiro, na semana passada, já morreram pelo menos 36 pessoas, a maioria suspeita de ligações ao narcotráfico, e foram feitas cerca de 130 detenções. Quatro membros das forças de segurança e cinco suspeitos ficaram feridos e foram incendiados mais de 100 viaturas, entre as quais 29 autocarros e apreendidas várias dezenas de armas, granadas e bombas artesanais, segundo dados da polícia militar.
Os moradores do Complexo do Alemão começaram a saquear as casas dos traficantes, recheadas de equipamentos electrónicos e roupas de marca, enquanto as autoridades iniciaram a incineração das 42 toneladas de cannabis e quase 300 quilos de cocaína apreendidas no decurso da operação.
Os suspeitos mais procurados, que a polícia identifica como Luciano Martinho da Silva (ou Pezão), alegado líder do Comando Vermelho no Complexo do Alemão, e Fabiano Atanázio da Silva, considerado o comandante do tráfico na Favela de Vila Cruzeiro, continuam desaparecidos, adiantou o “Folha de São Paulo”. Durante a operação de limpeza que está a decorrer no Complexo do Alemão foi também encontrado um “bunker” com 300 quilos de marijuana e dezenas de fuzis e metralhadoras capazes de derrubar helicópteros, noticiou “O Globo”.
Esta terça-feira o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, efectuou o pedido formal ao Ministério da Defesa para a manutenção da presença militar naquele estado até Outubro de 2011. “Combinámos não especificar o número, vamos deixar isso a cargo deles porque há toda uma lógica militar que é preciso respeitar”, disse ao “Folha de São Paulo”. Até lá serão formados novos grupos de polícias militares que irão integrar uma nova Unidade de Polícia Pacificadora que será criada no Complexo do Alemão.
Cabral já tinha obtido o acordo da Presidente eleita Dilma Rousseff para a manutenção dos militares, depois de uma reunião de mais de quatro horas. O governador do Rio de Janeiro regozijou-se com o facto de Rousseff ter considerado as ocupações policiais e militares do Complexo do Alemão e Vila Cruzeiro “positivas” e avaliado que as UPP são “um novo marco” na política de segurança do Rio de Janeiro e do Brasil.
Entretanto, o comandante da polícia militar do Rio de Janeiro, Mário Sérgio Duarte, disse ao “Folha de São Paulo” que o prejuízo causado aos narcotraficantes por esta operação no Complexo do Alemão deverá rondar os 100 milhões de reais (cerca de 45 milhões de euros), incluindo a droga e as armas apreendidas e as casas que tiveram de ser abandonadas pelos traficantes.
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